19 de julho de 2010

Eu até sei perfeitamente que tenho muita sorte em ter uma chefe latina que, ao contrário dos holandeses, consegue perceber que o facto de ser emocial, impulsiva, expressiva e por aí fora não é necessariamente uma coisa má e, mais importante ainda, que faz parte de mim e não vai mudar.

Por isso depois de duas avaliaçoes em que isso foi comentado (e apenas isso) como ponto a melhorar deixámo-nos de tetras e assumimos que não me vou tornar num robô metódico e holandes, como os coleguinhas esperariam.

Agora, depois de 2 anos a trabalhar juntas (ou para ela, como quiserem, que chefe é chefe!) esperava que ela também soubesse apreciar/identificar/tolerar o meu refinado sentido sarcástico. Porque apesar de aqui falarmos a mesma lingua tenho a certeza que de tempos a tempos há algo que se perde na tradução...

A verdade é que feitios semelhantes podem por vezes chocar. Mas, da próxima vez que eu criticar as imuneras tarefas de merd@ sem qualquer tipo de added value que tenho de fazer neste sitio e ela me disser, assim no mesmo tom sarcástico de quem não quer ficar por baixo, que quem está mal muda-se eu não se hei-de conseguir resistir a dizer-lhe que qualquer dia aparece-lhe uma carta de demissão à frente e ela há-de ficar a perguntar-se porquê...

Trabalhinhos de merd@, pá!

6 comentários:

  1. Respira fundo.
    Eu chamo-lhes "monkey job" - a monkey could do this.
    A minha chefe é Belga (a big boss) e também fartinha de excels e que tais, abordei-a de forma um bocadinho diferente e bastante latina também, com laivos de honestidade holandesa dolorosa: Tu é que sabes o tipo de trabalho que queres que eu faça - tu pagas, eu executo. Mas acho que é um desperdício de dinheiro estares-me a pagar uma resma de massa pra eu fazer algo que um macaco consegue fazer por 3 tostões. Não achas que estás a perder dinheiro? I'm just saying....
    O monkey job agora foi pros Checos e eu estou a fazer algo que o meu cérebro realmente agradece.

    PS: a mulher passa-se comigo, acha que eu sou tolinha pq meia volta digo-lhe: I'm bored, I need more work. E ela acha que eu devo ter passado numa coffee shop antes, pq abre os olhos duma maneira e diz: no no no! You have too much work already. You are speedy gongalez...
    Mas já aprendeu que se me falar em comer tapas (pq supostamente era típico em PT) leva "no focinho" com um: I'm sooo gonna call you Dutch.
    Lindo, né?
    Pronto, já me estiquei no comment! Sp a mêma coisa, pá! :S
    As melhoras! ;)

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  2. Estica-te à vontade ;)

    Eu estou mesmo a precisar de um desafio, alguma coisa que me teste o meu cerebro e não a minha paciencia.

    É que aqui não é apenas o monkey job (e tb há e não é pouco), é a falta de eficiencia dos processos e procedimentos interminaveis (very, very Dutch) para tudo e mais alguma coisa que requerem que se percam horas e horas a preencher formularios que, santa paciencia, não acrescentam nada para o meu crescimento pessoal.

    É melhorar parar senão nunca mais me calo :P

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  3. Tudo se resolve....já vens de férias daqui a pouco tempo,voltas para aí com outro animo.... é bom saber que as burocracias não são só em Portugal...
    Enfim...há coisas piores na vida loirita,acredita. aproveita o que tens de bom ai, as pequenas coisas.
    beijinhos e até já!!!

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  4. Desabafa para a frente que aqui ninguém te pode silenciar;)
    Não vale a pena impacientares-te, enquanto esperas por ventos melhores tira o melhor proveito das outras coisas!
    ... E sim estás quase de férias, não cura, mas é um bom remédio paliativo:)))

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  5. Triste, triste é qando se vai de férias a pensar que enventualmente se volta para o mesmo desespero...

    Não estou assim tão mal ainda...neste momento só estou a pensar em praia e sol e praia e sol e mar e gelados e tudo e tudo e tudo...
    Lá pro fim da próxima semana talvez regrida um bocado...

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